O sábado amanheceu nublado e com vento moderado: boas condições para encarar o desafio. Montei na bike e pedalei até o início da trilha, que começava próxima ao Mirante do bairro Cachoeira do Bom Jesus chegando por volta de 8:15. Pretendia chegar até as 9 hrs na Praia Brava, onde a trilha terminava.
Após o mirante, a parte pedalável foi diminuindo rapidamente. Muita lama aparecendo, árvores caídas na trilha, raízes cortando o caminho, mato alto e pernilongo, muito pernilongo. Comecei a ter que empurrar a bike durante longos trechos e raramento conseguia pedalar. Ao empurrar, ficava mais lento do que uma pessoa que estivesse somente caminhando. Aí as feras voadoras aproveitavam!
Por volta das 9hrs, liguei para avisar minha esposa que estava num ponto da trilha e que não tinha idéia se estava longe ou perto de terminá-la e que, por isso, não teria como saber que horas chegaria em casa. Certamente não chegaria às 9:30, meu horário inicial. Isto dito da forma mais rápida possível, mexendo os braços e as pernas, tentando afastar as pragas zumbidoras :)
Após a ligação, a situação piorou. Teve algumas bifurcações que não me lembrava. Em uma delas, a segunda, optei por um caminho que andei uns 3min e resolvi voltar, indo pelo outro caminho. Várias situações que tinha que olhar qual o local menos pior que eu passaria, pois era lama ou lama as minhas opções. Por um breve instante o sol apareceu, mas as árvores e o fato do sol estar iluminando o lado contrário do morro, não me permitiram mais vê-lo.
A trilha ficou tão ruim que imaginava estar no leito de uma cachoeira temporária, que aparece somente em épocas de chuvas. Era difícil para caminhar. E mais ainda para empurrar, segurar, carregar uma bike. Comecei a imaginar se, através da operadora do celular, os bombeiros conseguiriam me achar no meio daquela mata. Não sei se seguia uma trilha e muito menos onde ela chegaria. Tive vontade de sentar e chorar. Também pensei em deixar a bike e procurar o caminho de saída para, depois, voltar e buscá-la. Mas aí teria o risco de encontrá-la mais...
Já passava das 10 hrs. Liguei para minha esposa e disse que chegaria em meia hora. Ela até ofereceu para me buscar, mas eu e minha magrela estávamos em estado deplorável. Comecei a pedalar forte, mas uma pastilha de freio da roda traseira estava encostada no aro da bike, tornando difícil a pedalada. Tive que parar e usar o kit de ferramentas para, praticamente, tirar o freio traseiro. O freio da frente também tinha ficado desregulado. Ou seja: estava praticamente sem freios. A volta para casa foi até tranquila, apesar de ter que encarar dois morros pesadíssimos e ter que descer um muito forte, que terminava na estrada SC-403, tendo somente uns 30% da capacidade de frenagem.
Graças a Deus tudo ocorreu bem e consegui chegar em casa. Agora, só volto nesta trilha à pé e com muito repelente!
O link com as fotos desta pedalada está em Férias 9
Pedalei!
Nenhum comentário:
Postar um comentário