quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Pedalando na Infância - A Queda

Esta é outra das lembranças que tenho da minha infância e que me marcou, literalmente, para o resto da vida.

Era um sábado de sol. Morava em Conselheiro Lafaiete-MG e já curtia pedalar com a Berlineta pela cidade. Lembro-me que pedalava acompanhado de um amigo, quando fizemos um ótimo achado: a avenida que ligava a parte de cima à parte de baixo da cidade, toda asfaltada, estava interditada para carros, pois estava acontecendo uma gincana de motos. Gostava muito de descer esta avenida de bike, onde chegava a uma velocidade de cerca de 60 km/h. Começava com uma descida forte, seguida de uma rotatória (vencida com uma inclinação estilo moto de corrida) e uma reta com uma descida não muito íngrime (veja mapa ao lado).

Como estava interditada para carros, não correríamos os riscos que existiam quando tinha o trânsito diário. A idéia era só uma: acelerar o máximo e sentir o vento no rosto! :) Comecei a descer, passei pela rotatória e tudo ia bem. Tão bem que lembro-me de abrir os braços e começar a cantar. Pois é, abrindo os braços, em alta velocidade e sem segurar o guidon. Já deve ter imaginado o resultado: um enorme tombo! :( O que me fez cair foi a imprudência, desatenção e um pequeno buraco que, ao passar por ele, fui jogado para fora do banco da bicicleta e caí no asfalto que estava quente em função do dia de sol. Rolei por muitos metros. Não me lembro se estava de camisa ou não. Sei que meu peito, após parar de rolar, estava todo sujo de sangue e poeira. A metade direita do meu tronco (peito e barriga) estava sem pele.

Meu amigo foi onde acontecia a gincana. Eles tinham um ambulância de prontidão. Fui levado a uma farmácia. A dor era intensa e piorava quando batia sol nos machucados. Chegando à farmácia, o farmacêutico fez um curativo, cobrindo todas as feridas com gase, após limpá-las. Em seguida fui levado para casa.

Já estava descansando, quase dormindo, quando minha mãe chegou. Estava aflita com as notícias que tinha recebido. Notícia ruim, em cidade pequena, corre muito rápido :). Na mesma hora me levou para o hospital, mesmo eu dizendo que já estava bem e que não precisava ir. Após chegarmos lá, durante a consulta, foi dito o seguinte: como eram feridas originadas de ralação, teriam que ficar descobertas. Se doeu na hora da queda, ao tirar a gase, que já estava 'colada' ao meu corpo, senti uma dor muito pior do que a anterior (após a queda). Sofri até que a última gase foi retirada. :(

Até hoje tenho cicatrizes desta queda, mas não me fez temer andar de bike em alta velocidade! :)

Pedalei!

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