Voltei a pedalar e estava indo num ritmo muito bom até chegar na estrada Rio Vermelho/Brava. Além de um barulho estranho, também percebi que não conseguia desenvolver uma boa velocidade. Parei a bike e fui investigar: o pneu traseiro estava um pouco torto e seus gomos raspavam no quadro. Arrumado o problema, voltei a pedalar num bom ritmo e cheguei ao serviço num tempo recorde (1hr e 17 min).
Infelizmente, fui proibido de entrar, devido a uma manifestação organizada pelo Sindicato dos Funcionários da empresa. Detalhe: sou terceirizado e não pertenço a este sindicato. Queria entrar para tomar banho, mas tive que ficar mais de 20 min aguardando que me liberassem.
Animado com a vinda, tinha programado retornar pelo Morro da Lagoa/Rio Vermelho. Ainda não tinha conseguido tal feito: ir e vir, no mesmo dia, pelo percurso mais longo e com as subidas mais fortes.
Subi o Morro da Lagoa num bom tempo e fui descendo com cuidado, pois tinha bastante carro. Após passar pelo cruzamento que vai para o LIC, em frente a um ponto de ônibus, passei por um buraco que me fez mudar um pouco a trajetória, indo para a esquerda, quando senti uma batida no guidon e, em seguida, me vi aterrissando no asfalto. Na mesma hora me levantei, arrastei a bike para a calçada e vi que o carro que tinha batido na bicicleta parou um pouco à frente.
Comecei a verificar meu corpo: algumas escoriações, principalmente abaixo do cotovelo direito e outros machucados menores. Aí fui olhar a bike: extensor do guidon direito amassado, pedal esquerdo quebrado e a peça onde o pedal é encaixado estava amassada. Não tinha como pedalar, ainda mais que faltavam cerca de 27 km para chegar em casa. Minha luva (nova) da mão esquerda, ficou detonada: pelo menos 'morreu' protegendo minha mão :)
O motorista chegou e perguntou como eu estava: somente prejuízo material, eu respondi. No mais, outro grande susto. Perguntou se queria ir ao Pronto Socorro que tinha ali perto, mas recusei, pois não havia necessidade.
Pouco depois, começou a dizer que cada um deveria arcar com seu prejuízo, pois ele só bateu na minha bike porque eu mudei a minha trajetória; que ele até tentou desviar, mas que tinha um carro ao lado e, desta forma, não pôde fazer nada... Também disse ser Policial Militar e que sempre dirige com consciência e prestando atenção no trânsito, mas, que, neste caso, não teve como evitar o acidente.
Falei para ele sobre a distância lateral obrigatória de 1.5m durante a ultrapassagem de uma bicicleta e, como não era possível, devido ao carro que disse que estava ao lado, que deveria ter diminuído e somente ultrapassado quando pudesse fazê-lo observando esta distância mínima. Mesmo assim, ainda ficou certo de que eu era o culpado do acidente.
Para mim, a proposta de que cada um deveria assumir seus prejuízos foi oferecida por ele porque não aconteceu nada no retrovisor que bateu na bike e teve somente alguns leves arranhões no para choque dianteiro do carro que, para falar a verdade, nem pareciam que tinham sido causados pelo acidente.
Perguntou para onde eu estava indo e, após dizer que era para os Ingleses, me ofereceu carona até o Rio Vermelho, desde que eu deixasse a bike em algum lugar, pois não cabia no carro dele. Uma amiga dele, também policial (estava fardada), sugeriu que ligassem para um colega que tinha uma pickup e que poderia me dar carona. Fizeram isto e disseram que ele viria me buscar.
Ficamos conversando durante os 40 min que a pickup, da Polícia Militar Ambiental, levou para chegar. Colocamos a bike na parte traseira, nos despedimos e fui de carona na pickup. Me deixaram a cerca de 1.2 km de casa. Consegui vir pedalando, usando somente um pedal e cheguei em casa. Minha magrela ficou 'ferida' e minha disposição de ir pedalando para o serviço também.
Começo a repensar sobre ir pedalando para o serviço, em função da falta de segurança para os ciclistas, que só não são mais desrespeitados no trânsito do que os pedestres. Este foi o segundo acidente em menos de 3 meses (veja o relato do primeiro, clicando aqui). Se ano passado não tive nenhum, agora já são dois acidentes.
Não sei se paro antes que um terceiro acidente (e, quem sabe, fatal) aconteça ou se tento insistir mais nesta atividade de ir pedalando para o serviço...
Pedalei e Acidentei ! :(
Audálio!
ResponderExcluirRealmente nossa cidade ta cada vez pior de usarmos nossas magrelas..As estradas cada vez mais engarrafadas, motoristas cada vez mais no limite, estradas cada vez mais danificadas, e espero que vc se recupere o mais rápido possivel, levanta a poeira e toca p frente parceiro. Abraços. Souza
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirValeu pela força Souza!
ResponderExcluirO 'estrago' foi mais no espírito do que físico.
Assim que minha 'magrela' estiver 'curada', voltarei ao pedalo, tentando ser mais cauteloso ainda...
Abraços!
Para né ... ninguém respeita ciclista no Brasil. Você teve foi muita sorte.
ResponderExcluirSe vc insistir em ir de bicileta, ao menos faça um seguro de vida, pois se o pior vier a acontecer, vc deixará suas filhas em uma situação confortável.
Não se esqueça, para morrer, basta estar vivo !
Se cuida, abraços !
Não se esqueça, que agora com os financiamentos a 80x, tem uma porrada de analfabeto que nunca dirigiu antes, sem a mínima educação e principalmente respeito pelo próximo, comprando carro.
ResponderExcluirNão é pq vc está no estado mais civilizado do Brasil, que vc não esta livre dessas antas.
Cuidado
Rodrigo,
ResponderExcluirObrigado pelos comentários. Coincidência ou não, tinha comentado sobre seguro de vida, na segunda, com a minha esposa.
Infelizmente, os motoristas não encaram a bike como meio de transporte, que também tem direito de circular nas vias públicas, tendo prioridade sobre os automotores.
Valeu pela força! Abraços!
Lamento muito o acontecido Audálio!
ResponderExcluirSinceramente, já comentei com você,que me sinto muito insegura pedalando em direção a faculdade (UFSC), pricipalmente pela Lauro Linhares, que é muito movimentada e não tem um espaço adequado para o ciclista, por isso, antes que acontecesse alguma coisa em razão do meu medo, parei de ir de bike,vou apenas andando.
O problema é que até na beira-mar está difícil pedalar, já passei por algumas situações que me intimidam toda vez que penso em ir pedalar por lá.
Bem, boas melhoras aí!
Abraço. Bia
Bia,
ResponderExcluirObrigado pela força!
Espero q vc consiga, num futuro próximo, ir pedalando, com segurança, para a UFSC (antes de formar, é claro :)
Abraços, Biker!
Lamentável!! Acompanho seu blog há um tempo e vc me encorajou por seus relatos em utilizar uma bike para fazer meus deslocamentos urbanos. Moro na Cachoeira do Bom Jesus (vizinho seu no Norte da ILha) e sempre via uma pessoa passando por meu carro de bicicleta naqueles engarrfamentos enormes quando desabou a barreira ano passado. Nisso me deu uma vontade de fazer aquilo também. Descobri que aquele ciclista era você e desde então acompanho seu blog. Comprei uma bike dobrável e faço meus trajetos com ela intercalando o ônibus e as pedaladas. Já me aventurei a ir um pouco além na SC e peço a você que não desista de ir a seu trabalho pedalando!!!! As atitudes sustentáveis como a sua fazem falta no meio de uma cidade tão centrada no automóvel como Florianópolis. Acidentes assim mostram o despreparo de todos no caótico trânsito. Mas devemos nos manter firmes! O futuro da mobilidade urbana é cada vez mais o deslocamento por bikes. Não desanime e lembre que a mudança que vc quer ver no mundo começa com vc primeiro! E a sua mudança me contagiou e me fez mudar também. Hoje eu pedalo sempre! Como vc mesmo diz Pedalei!
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