Na parte inicial da subidas fomos pedalando por paralelepípedos, concreto, terra e pedras. Várias casas, com algumas pessoas nos olhando perplexas e admiradas com nossa coragem :). Perto da última casa, perguntamos sobre o caminho e eles confirmaram que estávamos indo na direção correta e nos aconselharam a chegar na antena e voltar, ao invés de continuar pedalando para o Morro da Lagoa. Antes de nos despedirmos, deu-nos um aviso: "Cuidado com a vaca brava no meio da trilha !".
Após esta parada a trilha ficou bem melhor e mais técnica. A subida ainda estava forte, mas o visual ajudava a compensar o esforço que fazíamos. Paramos algumas vezes para fotografar e tomar fôlego. Esta trilha tem lindíssimos visuais de vários pontos da ilha. Vale à pena fazê-la com bastante tempo para curtir muitas paisagens belas!
Num determinado ponto do circuito, onde a trilha estava mais plana, encontramos a tal da "Vaca Brava". Na verdade, eram 3 (vacas e/ou bois), todos os animais com chifre e com cara de 'poucos amigos'. Tentamos 'falar' com eles :). Fizemos sinal para saírem do caminho (único possível) e até sons, mas nada dava certo. Meu amigo sugeriu atirarmos algumas pedras, mas eu achava que poderia ser pior. Ele estava com medo de recebermos coices, eu com receio deles usarem os chifres em nós. Já estávamos há uns cinco minutos 'negociando' nossa passagem, quando tomei uma decisão: iria na direção deles.
Comecei a pedalar a bike e, quando estava há uns cinco metros (ou menos), o primeiro boi resolveu sair da trilha em direção ao mato. O segundo também procurou uma brecha e foi para o mato. O terceiro, como não encontrou um caminho, começou a voltar pela trilha, até encontrar uma brecha no mato por onde ele se enfiou. Pena não ter filmado a cena: um biker contra três 'touros' e eles é que fugiram de medo. :)
Logo em seguida as subidas voltaram. A antena já estava visível. Mais uma parada para fotos e fôlego e retornamos a pedalada, chegando à antena! Curtimos e registramos o visual.
Conferimos o GPS, que felizmente estava funcionando e recebendo o sinal, e percebemos que estávamos no caminho correto. Após sairmos do topo do morro, tínhamos uma decisão a tomar: voltar pelo caminho conhecido e só de descidas ou arriscarmos a fazer toda a trilha, que aparentava ser mais fechada.
Optamos por seguir em frente, entrando num single-track (trilha para um biker somente) logo de cara. Fomos progredindo aos poucos e chegamos numa área com bastante barro. Achei que era possível passar pedalando por aquele terreno, mas, infelizmente, estava errado. Logo após começar a passar pelo barro, o pneu da bike afundou, ficou preso e a bike parou de uma só vez, me jogando na lama! Levantei todo sujo, sentindo dor na coxa direita e também no calcanhar (ambos atingidos pelo pedal). Fui tentar puxar a bike e meu pé afundou bastante, quase que meu tênis ficou preso na lama, quando fui tirar o pé afundado. Meu amigo ficou perguntando se estava tudo bem, o que, tirando algumas dores, de fato estava. Joguei um pouco de água no local dolorido: estava vermelho e sangrando um pouco, nada demais. Foi mais um tombo para minha coleção! :)
Descansamos um pouco, passamos repelente e novamente ficamos na dúvida: continuar ou voltar. Optamos pela primeira. Ainda pedalamos por trecho de mata fechada e encontramos outras áreas semelhantes à do meu tombo. Desta vez, passamos com muito cuidado e sem qualquer tipo de problema.
Ao chegarmos numa área mais aberta, verificamos pelo GPS, que ainda faltava quase metade do caminho, que aparentava ser tão fechado como o que acabamos de passar. O fato de já estar prestes a escurecer e também uma chuva que começava a cair, decidimos retornar e passar pelo caminho por onde viemos.
O retorno foi bem tranquilo. Perto da antena registramos o estado 'lamal' em que nos encontrávamos e, a partir daí, iniciamos a volta, pedalando por descidas animais!
Dica importante: não faça essa trilha sem freios! :)
Ao final das descidas, fomos em direção à casa do meu amigo, onde tiramos um pouco de barro das bikes e nossos também. Tomamos água, comi umas bananinhas, conversamos um pouco e comecei meu retorno para casa: mais 29 km pela frente! :)
Para ver mais fotos, clique aqui.
Trilhei!
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